A cirurgia bariátrica que usa o método da redução de estômago para forçar o organismo a perder peso se tornou popular nos centros cirúrgicos e, também, no Sistema Único de Saúde (SUS). Os últimos dados revelados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica Bariátrica (SBCBM) indicam um aumento em 84.73% na procura pelo procedimento desde 2018, quando o número já era considerado alto. Para conter medidas desesperadas, procedimento se tornou mais exclusivo para quem tem problemas de sobrepeso.
A popularidade da bariátrica no SUS e a falta de conhecimento sobre todas as complicações relativas a redução do estômago fez com que o sistema mudasse a estratégia na hora de atender pacientes obesos. Desde 2018 foram incorporados outros procedimentos na lista do SUS, como o bypass gástrico e a gastroplastia vertical, ambas cirurgias menos agressivas que a redução de estômago.
Os procedimentos intermediários são mais recomendados para quem tem problemas de peso que ainda possam ser revertidos com interferências menores associadas a dieta e exercício físico. Já a cirurgia bariátrica, que tem mais efeitos colaterais, fica restrita a quem é diagnosticado com obesidade grave ou é obeso e possui doenças agravantes, como diabetes ou hipertensão.
Confira aqui todos os detalhes sobre como conseguir fazer a bariátrica pelo SUS e no que consiste esse procedimento para quem pretende realizá-lo gratuitamente.
Nem todas as pessoas podem fazer cirurgia bariátrica pelo SUS. Para conseguir é preciso ter a recomendação médica para tal e seguir o passo a passo dentro da conformidade com o sistema:
Só podem fazer cirurgias bariátricas pelo SUS quem tiver o diagnóstico médico para realização do procedimento. Nesse caso, o primeiro passo é agendar a consulta no posto de saúde no qual está cadastrado portando um documento oficial de identificação e o cartão do SUS.
Para um melhor diagnóstico o médico poderá solicitar exames para confirmar a condição do paciente ou avaliar quais alternativas são viáveis ao caso.
A bariátrica costuma ser a opção de quem o peso interfere na saúde e qualidade de vida, geralmente obtendo entre o grau II e III de obesidade ou graus menores de obesidade atrelados a outras doenças causadas por excesso de peso, como hipertensão arterial ou diabetes.
Se o médico do SUS concluir que a cirurgia bariátrica é a melhor opção para o caso deverá recomendá-la via requerimento.
Com o requerimento médico o paciente deve dar entrada na lista de espera no postinho de saúde para entrar no sistema de atendimento. Dependendo da posição o procedimento pode levar entre meses e anos para acontecer
Chegada a data de cirurgia o paciente deve fazer uma consulta prévia agendada no postinho para confirmar os detalhes do pré-operatório;
No dia da cirurgia o paciente deverá ser encaminhado com até uma hora de antecedência ao local em que será realizada a bariátrica;
A recuperação da cirurgia deverá ser feita inicialmente no hospital e depois em casa, seguindo as recomendações médicas e de restrição alimentar.
A parte pós-operatória deverá ser guiada por uma equipe multidisciplinar do SUS para encaminhar as melhores atividades físicas, como realizar o controle da alimentação e que alimentos ou remédios deverão complementar a alimentação para compensar a má absorção de nutrientes como ferro, cálcio e vitamina B12.
Fazem parte da equipe multidisciplinar do SUS:
Apesar da procura pelo procedimento no SUS já ter entrado para a lista de mais procurados (e realizados) o percentual de pessoas que reduz o estômago nas salas de operação do sistema único de saúde representa somente 0,47% da população obesa elegível à cirurgia bariátrica e metabólica no Brasil, ou seja, com IMC superior a 35, conforme indica o Ministério da Saúde.
Há situações em que o SUS não aprova a cirurgia mesmo que o paciente se enquadre no grau I e, II ou III de obesidade, tendo ou não riscos agravantes por conta do sobrepeso. São eles:
A estimativa baseando-se em anos passados é de 100 mil cirurgias bariátricas feitas no Brasil, sendo que destas 10 mil são feitas pelo SUS. Entretanto, dados atualizados em 2019 indicam uma média de 700 mil pessoas na fila de espera para o procedimento.
O tempo de espera para quem já esta na fila, entretanto, pode levar mais para uns do que para outros. Nesse caso, o que vai determinar o tempo é a região. No Paraná, por exemplo, pode-se demorar poucos meses para conseguir, visto que o Estado realiza 47% de todas as reduções de estômago feitas pelo SUS, dado a grande disponibilidade e estrutura da rede hospitalar. Já em estados como o de São Paulo, três anos é o mínimo de espera.
Além do Paraná, 75 hospitais espalhados por 21 estados do Brasil atendem às demandas de cirurgias bariátricas. Pode-se conseguir uma no:
A obesidade é um problema que afeta um em cada cinco brasileiros, podendo portanto ser considerada uma doença endêmica no Brasil. Pode-se considerar que a cirurgia bariátrica é uma solução imediata para o caso de urgência, entretanto, não é a solução ideal proposta pelos médicos.
Além da necessidade de estimular sobre uma boa alimentação e prática de atividades físicas, os médicos também orientam outros procedimentos menos agressivos para qualquer caso que não envolva o risco de vida.
Para quem possui o requerimento o procedimento deve durar no máximo quatro horas, acrescentado de mais um dia de internação no hospital. O tempo de duração muda conforme as especificidades de cada caso, e se haverá necessidade de outros procedimentos complementares na hora – como a abdominoplastia.
Após feita a cirurgia o paciente deverá ser encaminhado para o pós-operatório com consultas agendadas periodicamente para avaliar a perda de peso, mudanças no sistema e reação do organismo ao novo tamanho de estômago.
Com o estômago menor o paciente terá menos capacidade para armazenar alimentos portanto, passará a emagrecer.
Existem vários tipos de cirurgia bariátrica, e cabe ao médico decidir qual é a mais indicada para cada paciente:
O SUS também oferece aos pacientes a possibilidade de cirurgia plástica para redução do excesso de pele que fica após a cirurgia. Para entender melhor como funciona o procedimento confira o vídeo ilustrativo, abaixo:
Muitos famosos ficaram ainda mais célebres depois de passar pela cirurgia bariátrica, com o Faustão ou André Marques. Entretanto, eles não foram os únicos e muito menos os primeiros. Confira, abaixo, alguns resultados de antes e depois da cirurgia – tem casos que perderam de 10 kg até 50 kg após a redução de estômago.
Durante o próprio procedimento, erros médicos poderão levar a sangramentos internos, perfurações, infecções e desconfortos abdominais.
Já no pós-operatório podem surgir outras complicações como a diminuição da alimentação, carência de alguns nutrientes e o desvio intestinal, um evento que prejudica a absorção dos alimentos e acaba sendo mais reduzida, já que o alimento fica em contato com o intestino por mais tempo.
Outro efeito colateral e envolvido é a adaptação física e da pele, que pode tornar-se flácida devida a perda de peso repentina. Para tratá-la pode ser realizado o procedimento complementar da abdominoplastia no SUS.
Por último está o aumento das chances de ter pedra na vesícula, efeito que é aferido por 40% dos pacientes que realizam o procedimento no Brasil.
Essa cirurgia, assim como qualquer outra, oferece muitos riscos. Por isso, no pós-operatório é enfatizado os cuidados para a garantia de bosn resultados e para minimização dos danos causados.
A alimentação reduzida, com alimentos pastosos ou líquidos nas primeiras semanas de pós-operatório é indispensável para respeitar a devida cicatrização do estômago. A partir do primeiro ao segundo mês – dependendo do caso – são incluídos alimentos sólidos aos poucos até consolidação de uma dieta.
Mas a alimentação diferenciada não vale somente para o período pós-operatóri0. Quem faz bariátrica também precisa mudar o que coloca no prato para se acostumar com as possíveis reações do organismo e também para evitar a desnutrição.
Por conta do aumento da chance de anemia é indicação o uso de injeções para suplementação da vitamina B12 que tem a absorção reduzida por conta da diminuição do estômago. Também podem ser usados suplementos que incluam ferro e cálcio para a prevenção da anemia.
Precisa reduzir até 10% do seu peso dentro de um mês, por isso, deverá cortar carne vermelha e comer somente alimentos líquidos como chás, sopas e papinhas. Tomar bastante água, chás e água de coco são recomendadas para aliviar a sensação de desconforto estomacal. Cada refeição só pode ter 100 ml, no máximo.
Pode incluir em alimentações de no máximo 200 ml:
Nessa fase pede-se que o intervalo de alimentação seja de uma hora.
Acrescentar à dieta alimentos sólidos e que não ultrapassem os 200 m com intervalo de 2 horas, no máximo. Aqui o paciente começará a se adaptar a um novo cardápio, podendo descobrir que não gosta mais de alguns alimentos e que gosta mais de outros, por exemplo. Nesse momento já poderá incluir:
Para mantar os resultados é altamente indicado a prática de fisioterapia e exercícios físicos que ajudam a definir o corpo e manter um ritmo saudável de vida qual o organismo possa se acostumar a um novo ritmo.
Será preciso manter um acompanhamento nutricional, bem como exames regulares. Além disso, é preciso fazer uma completa mudança de hábitos, que vão, junto com a cirurgia, auxiliar na mudança de vida.
Os exames regulares também servem para notar se houve alguma alteração na absorção de nutrientes, redução da massa corporal e confirmação se quantidade alimentos que o paciente está comendo se mantém de acordo com a dieta proposta.
Em alguns casos, pode ser necessário fazer um procedimento extra para remoção da pele que sobra após o emagrecimento.
Nesse caso, o procedimento de abdominoplastia também é garantido pelo sistema público de saúde.
Para quem não pretende esperar para fazer a cirurgia e nem a consegui-la de graça, o investimento necessário vai de R$ 10 a R$ 40 mil dependendo do médico que irá realizar o procedimento.
Dependendo da cobertura do plano de saúde, poderá ser usado a franquia para realização do procedimento gratuitamente – desde que seja comprovada a condição do paciente como obeso.
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